domingo, 2 de dezembro de 2012

Patrícia e Ferraz em A Tribuna

Página da "Carioca", caderno criado por Patrícia e Ferraz em A Tribuna. No detalhe, tradução de Patrícia .


A intelectualidade e a experiência do casal conferia status e prestígio ao jornal. Em 1954, seguindo uma tendência dos grandes jornais da época, Ferraz criou um espaço específico para discutir cultura, a página intitulada Literatura Artes Cultura, apelidada de “Carioca”, dada a presença de colaboradores do Rio de Janeiro, como Otto Maria Carpeaux e Carlos Drummond de Andrade. Veiculada aos domingos, trazia informações sobre teatro, música e literatura e inovava tanto na forma quanto no conteúdo, marca da erudição do editor. A criação do “Carioca” foi um dos avanços do jornal, acredita Cid Marcus Vasques, que no mesmo período também passou a colaborar com O Estado de S. Paulo.

No que tange à divulgação da cultura no jornal, Clóvis Galvão descreve Ferraz como “o grande motor da coisa”. Sobre o “Carioca”, descreve:

Era algo de vanguarda, muito boa, de alta qualidade para a época. [...] Nela eram divulgados grandes nomes internacionais, do país, mas também tinha gente de Santos, como o Roldão, o Narciso de Andrade, o Cid Marcus, o Francisco De Marchi, as ilustrações de Lúcio Menezes, praticamente toda semana. A Patrícia ficava nessa página, fazia uma ou outra entrevista com alguma personalidade que aparecia por aqui, principalmente ligada a teatro.

A coluna Palcos e Atores, criada por Patrícia em A Tribuna.
Ao longo de 1954 a assinatura do casal – assim como os pseudônimos Gim, Pat e Mara Lobo – passam a ser frequentes no periódico, sobretudo nos textos sobre cultura. Era visível, segundo Clóvis Galvão, o ganho para o jornal e seus leitores. Ferraz trouxe para A Tribuna a mesma qualidade de texto e alto nível das fontes utilizada nos importantes jornais do eixo Rio/São Paulo, onde atuara. “Sintonia com a modernidade” foi a marca deixada por Geraldo e Patrícia no jornal santista, acredita Clóvis. Era algo que se diferenciava do pouco jornalismo cultural praticado em Santos.

Patrícia escrevia colunas sobre televisão, literatura e teatro. Durante a semana, também registrava na seção Artes e Artistas a movimentação da arte.

A coluna Literatura, assinada por Mara Lobo, pseudônimo de Patrícia.

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